Carta das Pessoas
Vivendo com HIV/AIDS do Rio de Janeiro – RJ
O movimento de Pessoas Vivendo com
HIV/Aids do Estado do Rio de Janeiro, reunidos na cidade de Volta Redonda, entre
os dias 29 a 31 de Outubro de 2012, constituído por Homens, Mulheres, Jovens,
Travestis, Transexual, Gays, discutindo as questões que nos afeta diretamente
durante todas nossas vidas após o diagnóstico positivo para o HIV, traz algumas
reflexões que nos inquietam.
O protagonismo das Pessoas Vivendo com HIV/Aids na construção das políticas
públicas voltadas para a epidemia, sempre foi premissa do ativismo no BRASIL,
com isso:
- Reafirmamos
que esta Política hoje não atende na sua totalidade todas as questões de viver
com HIV/AIDS;
- Reafirmamos
que há uma falha enorme nos trabalhos de Prevenção que hoje não conseguem
atender os públicos de maior risco, vulnerabilidade e de maior incidência ao
diagnóstico positivo do HIV;
- Reafirmamos
que LEIS em vigor, não garantem a execução dos serviços, podemos citar: Portaria da lipodistrofia (Portaria
Conjunta SAS/SVS nº 01 e Portaria SAS nº04 de 20.01.2009); Portarias do Vale
Social e muitas outras; Decretos e Leis hoje em vigência que poderiam garantir
uma melhor qualidade de vida a todas as Pessoas Vivendo com HIV/Aids.
- Reafirmamos
que existe um descaso total dos Governos Federal, Municipais e Estaduais, para
garantir e que garanta a política de execução na sua integralidade;
- Reafirmamos
que a falta de qualificação dos Profissionais de saúde no acolhimento,
tratamento e assistência das Pessoas Vivendo com HIV/AIDS é URGENTE.
Estamos sendo tratados como no início da epidemia, tendo o preconceito e o
estigma social como os maiores deles.
- Reafirmamos
que toda essa tensão de não saber o dia de amanhã, esta afetando diretamente a
qualidade de vida das Pessoas Vivendo com HIV/Aids;
- Reafirmamos
que nós Pessoas Vivendo com HIV/Aids, nestes 30 anos de epidemia, fomos
esquecidos por diversas áreas governamentais, como: ausência de requalificação
profissional, violação e garantia dos direitos humanos, direito à educação, dentre
outros.
-
Reafirmamos que a política da cronificação do HIV/Aids, não condiz com o dia a
dia de viver com HIV/Aids, os efeitos do HIV, do tratamento só nos tornam ainda
mais depende do sistema de saúde público.
Perguntamos?
Até quando
o sistema de saúde (SUS), nos seus princípios básicos não será cumprido na sua
INTEGRALIDADE, EQUIDADE E UNIVERSILIDADE.